RENATO ROCHA

Renato Rocha e seu processo criativo antropofágico

 

Desde 2008, Renato Rocha desenvolve uma pesquisa artística multidisciplinar, onde o diretor transforma o espaço de criação em interfaces, um lugar de encontro e plataforma de diálogo entre outros diferentes segmentos artísticos, trazendo a cena uma performance híbrida, delicada e contemporânea, transbordando as fronteiras e os limites de cada forma de expressão.
Em seus trabalhos pelo mundo, Renato aprofunda suas estruturas de processo, onde o foco é o próprio material humano do artista, suas ferramentas criativas e em como este se relaciona com o mundo hoje, tendo seu própria biografia como ponto de partida. Além de deslocar o espectador da ideia do entendimento lógico, trazendo-o para o centro da experiência e da ação dramatúrgica, e convidando-o a construir sua própria dramaturgia final, a partir de como ele se relaciona e especula sobre o que vê, interagindo com a obra com suas próprias vivências pessoais.

A partir de um do processo criativo colaborativo que o diretor Renato Rocha começou a desenvolver em Londres, e que o diretor vem chamando de processo de criação antropofágico, os artistas são expostos a exercícios físicos, vocais e sensoriais, jogos de escuta em grupo, além de exercícios específicos de texto desenvolvidos por sua mestra Cicely Berry e utilizados em todos os processos de criação da Royal Shakespeare Company. Além de investigar o diálogo entre a perfomance e a cena, o biográfico e o ficcional, o corpo político e multidisciplinar, que possa ocupar e transitar em diferentes espaços, proporcionando uma experiência performativa, explorando suas vulnerabilidades, fragilidades e potências. E ainda desenvolve um estudo sobre arte contemporânea, happening, instalações, Site Specifs, performance e trainnings.
Dessa forma, o diretor os leva a uma investigação sobre as diferentes formas de abordagens entre a performance e composição cênica. E a partir disso produz material cênico/performativo, criando partituras de movimento, textos, imagens, sons e instalações cênicas com objetos, cruzando, associando e deglutindo o material levantado pelos artistas durante o processo criativo e a pesquisa. E a partir disso pensar que possíveis dramaturgias se formam através da perspectiva do espectador, uma dramaturgia aberta, emocional e sensorial, tendo significados diferentes para cada um. Pensar o lugar do espectador, na tentativa de trazê-lo para o centro da experiência, derrubando a barreria final entre artista e espectador, fazendo-os se encontrar no lugar do afeto pessoal e de como tanto um quanto outro podem ser atravessados e afetados pelos acontecimentos gerados durante o tempo da performance.

 

 

Renato Rocha and his anthropophagic creative process

Since 2008, Renato Rocha has developed a multidisciplinary artistic research, where the director transforms the space of creation into interfaces, a meeting place and platform of dialogue between other different artistic segments, bringing the scene a hybrid, delicate and contemporary performance, overflowing the borders and the limits of each form of expression.
In his works around the world, Renato deepens his process structures, where the focus is the artist's own human material, his creative tools and how this relates to the world today, having his own biography as a starting point. In addition to moving the viewer from the idea of ​​logical understanding, bringing it to the center of experience and dramatic action, and inviting him to build his own final dramaturgy, from how he relates and speculates on what he sees, interacting with the work with their own personal experiences.
Through the creative collaborative processes the director Renato Rocha began to develop in London, and which the director has called the process of anthropophagic creation, the artists are exposed to physical, vocal and sensorial exercises, group listening games, besides of specific text exercises developed by her master Cicely Berry and used throughout the creation processes of the Royal Shakespeare Company. In addition to investigating the dialogue between perfomance and the

scene, the biographical and fictional, the multidisciplinary and political body that can occupy and transit in different spaces, providing a performative experience, exploring their vulnerabilities, fragilities and powers. And it also develops a study on contemporary art, happening, installations, Site Specifs, performance and trainnings.
In this way, the director leads them to an investigation on the different forms of approaches between the performance and scenic composition. And from that it produces scenic / performative material, creating scores of movement, texts, images, sounds and installations with objects, crossing, associating and deglutinating the material raised by the artists during the creative process and research. And from this to think that possible dramaturgies are formed through the viewer's perspective, an open, emotional and sensorial dramaturgy, having different meanings for each. To think of the place of the spectator, in an attempt to bring him to the center of experience, overturning the final barreria between artist and spectator, making them find themselves in the place of personal affection and how both can be crossed and affected by the events generated during performance time.